Sabemos [...] que nosso “eu” é temporário, mas que nossa continuidade é certa, assim como a continuidade do riacho. Mesmo que mude a água, o riacho continua. Seria muito tolo perguntarmos para uma nuvem: “Você irá morrer?”. A resposta da nuvem com certeza seria: “Não, eu me transformo em chuva”. Mas, e a chuva, ela morreria quando chegasse à terra? Não, ela se transforma em riacho. O riacho se transforma em rio e o rio em mar e, eventualmente, a água novamente evapora. Novamente teremos uma nuvem. É a mesma nuvem? Não. Mas é a mesma nuvem, a mesma água.
— do texto O que somos e para onde vamos?; sobre budismo.